Anualmente, acontece a convenção da IFA (International Franchise Association), tida como um dos principais eventos do mercado de franchising e negócios do planeta.
Neste ano, o encontro realizado na Califórnia apresentou para franqueadores e executivos do mercado alguns insights para alavancar os resultados no pós-pandemia e garantir a excelência nos negócios.
Várias entidades do franchising contribuíram com a disseminação de conteúdo compartilhado na IFA 2022, trazendo os principais assuntos discutidos na convenção para o público brasileiro. Uma delas foi a Praxis Business, que realizou um evento online destacando os tópicos mais relevantes do evento.
Liderada por Adir Ribeiro, fundador e CEO da Praxis, e Léo Machi, sócio da companhia, a live trouxe informações preciosas para os franqueadores. E o Solutto selecionou algumas delas para você. Confira:
Modelos de negócio
É inegável que a pandemia alterou muitos aspectos dos modelos de negócio praticados no franchising.
As redes de franquias precisaram fazer mudanças rápidas e estratégicas, como ajustar os preços, repensar o mix de produtos e serviços, oferecer novos formatos de atendimento e venda ao consumidor e educar franqueados para trabalhar com segurança.
Nesse sentido, uma das principais lições dadas na IFA 2022 foi que todos esses ajustes podem ser implantados de forma mais assertiva se as decisões forem baseadas em dados consolidados e análises detalhadas de cenário. Igualmente importante é que elas sejam tomadas em conjunto com a rede, tendo ouvido as contribuições dos franqueados e do time da franqueadora.
Outro ponto discutido em vários painéis do evento foi a importância de integrar recursos digitais nas operações. Criar aplicativos, fazer recrutamento digital, oferecer treinamentos online e avaliar a possibilidade de trabalhar via home office foram demandas recorrentes nos últimos anos e que devem continuar a fazer parte do planejamento estratégico das franquias de agora em diante.
Suporte e Treinamento
O suporte e o treinamento oferecidos pelos franqueadores são um dos grandes atrativos do sistema de franchising. E há sempre espaço para otimizá-los.
A dica de alguns palestrantes foi dar atenção especial aos investidores nos primeiros meses de operação para garantir que eles comecem suas trajetórias acertando. Ter foco no onboarding aos novos franqueados, otimizar constantemente as capacitações iniciais, ter um ótima consultoria de campo e transmitir bem sua cultura é fundamental aqui.
Kim Hason, CEO da LearningRx Franchise Corporation, dá uma sugestão que pode ser fundamental no primeiro ano de “vida” das franquias: dizer ao franqueado quais são os indicadores principais que ele deve observar (como volume de vendas, faturamento e fidelização de clientes, por exemplo). Dessa forma, segundo a executiva, o franqueado poderá autoavaliar o seu negócio mais facilmente e focar nas métricas que são importantes.
Já Rob Weddle, CEO da Authority Brands, adicionou ainda o conceito de abordagem “Wha if”, ou “E se”, em português. A metodologia de Weddle é baseada em convidar o franqueado a fazer uma projeção do que pode acontecer com a franquia se ele fizer pequenas alterações, como melhorar os processos de retenção ou aquisição, por exemplo. Nesta dinâmica, o executivo mostra como mudanças estratégicas podem gerar resultados expressivos e ajuda o franqueado a traçar um plano de ação para chegar lá.
Capital Humano
Carisa Findley, VP de treinamento e desenvolvimento na TITLE Boxing Club, foi uma das especialistas a falar sobre a importância do capital humano no franchising.
Findley explicou que os franqueadores não podem perder de vista que um dos objetivos dos treinamentos é municiar os franqueados e suas equipes para que eles sejam as melhores versões deles mesmos. E isso, segundo ela, passa por gerar capacitações focadas em adaptabilidade, inteligência emocional e habilidades gerenciais.
Outro ponto discutido sobre este tema foi a necessidade de avaliar os franqueados individualmente para que seja possível entender quais são as capacidades que podem ser melhor desenvolvidas através do treinamento.
Cultura e engajamento
A cultura das franquias também foi um assunto de destaque no encontro da International Franchise Association.
Gary Vaynerchuk, empreendedor, autor de best-sellers e palestrante, foi uma das personalidades a debater o tema. Para ele, a cultura tem que estar no coração dos franqueados, de suas equipes e dos consumidores, e não apenas nos sites das franquias.
Pensando nisso, Gary e outros palestrantes deram dicas importantes para que os franqueadores possam criar processos culturais eficientes.
Para começar, é preciso definir aspectos da cultura, como o propósito da marca, onde ela quer chegar e o que quer fazer pelos consumidores e pelo mundo. Essa cultura deve ser comunicada em ações de todos, principalmente dos profissionais em cargos de liderança, uma vez que a melhor forma de transmitir a cultura é através do exemplo.
Ao comunicar verbalmente os aspectos culturais da marca, é interessante usar uma abordagem lúdica, que facilite o entendimento e que possa ser facilmente aplicada no dia a dia da equipe da franqueadora e dos franqueados.
Por fim, é essencial medir os níveis de alinhamento cultural e engajamento para saber se as medidas de transmissão estão sendo bem-sucedidas e para criar novas estratégias.