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Semana de 4 dias: o futuro do trabalho mais produtivo e flexível?

Vários países, inclusive o Brasil, já fizeram testes com uma jornada reduzida e encontraram vantagens e desafios no modelo

27 set 2024

A adoção de uma semana de trabalho de 4 dias tem se tornado uma tendência em diversos países e setores. O modelo visa proporcionar maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional, e várias empresas estão experimentando essa ideia.

Um dos principais experimentos aconteceu no Reino Unido em 2022, com mais de 60 empresas, empregando aproximadamente 2.900 pessoas. 

A iniciativa foi organizada pela 4 Day Week Global e rendeu resultados muito positivos: a receita média das empresas participantes cresceu até 35% em comparação ao mesmo período de anos anteriores. Além disso, o número de colaboradores que pediram demissão caiu em 57% durante o período de teste. 

Como resposta, 92% das empresas envolvidas afirmaram que continuarão com o formato, destacando o aumento no bem-estar dos colaboradores e, em muitos casos, na produtividade.

No Japão, a Microsoft testou a semana de 4 dias em 2019 e registrou um aumento de 40% na produtividade dos funcionários, além de redução no consumo de energia. Empresas em países como Islândia, Espanha e Nova Zelândia também testaram o modelo, com resultados que mostram melhorias no equilíbrio entre vida pessoal e profissional e até no desempenho das equipes.

A explicação para esses resultados está no fato de que, ao trabalharem menos dias, os funcionários se sentem mais energizados, o que melhora seu desempenho quando estão no escritório. A redução de jornadas extensas também ajuda a diminuir o esgotamento mental e a taxa de rotatividade, que são dois dos principais desafios enfrentados pelas organizações atualmente.

A semana de 4 dias no Brasil

Recentemente, um projeto-piloto aconteceu no Brasil, e 19 empresas e seus 252 profissionais participaram do teste.

O 4 Day Week Brazil durou seis meses e, até o momento, todas decidiram manter a redução do expediente, seja de forma permanente ou ainda em caráter experimental. No entanto, algumas adotaram a mudança em menor escala e precisaram fazer ajustes de acordo com as particularidades de seus negócios. 

Para os colaboradores brasileiros, a implementação da semana de 4 dias foi majoritariamente bem recebida. 

Dados coletados em parceria com a FGV-EAESP indicaram que 97,5% dos participantes gostariam muito que o modelo continuasse na empresa. Cerca de 61,5% notaram melhorias na execução de projetos, 82,4% sentiram mais energia para realizar suas tarefas e 62,7% vivenciaram uma redução no estresse no ambiente de trabalho. 

Na gestão não foi diferente. Quase 85% da alta liderança recomenda a redução de carga horária para outras companhias. As principais vantagens observadas pelos gestores foram melhora na capacidade de atração e recrutamento, qualidade do serviço e empenho dos funcionários. Além disso, sete em cada dez organizações tiveram aumento na receita.

Semana de 4 dias vale para franquias?

Os resultados positivos deste modelo de trabalho têm feito com que muitas lideranças cogitem adotar a semana de 4 dias, inclusive franquias. Porém, há alguns pontos que precisam ser observados. 

A adesão para algumas funções, como atendimento ao cliente e prestação de serviços, pode ser mais desafiadora. Nesses casos, é preciso adotar a rotação de equipes para manter a operação ativa todos os dias da semana, sem aumentar a carga horária individual o que pode exigir investimento de tempo e dinheiro.

Redes com muitas unidades precisam de um planejamento ainda mais cuidadoso para garantir que as demandas sejam atendidas em todas as operações sem comprometer a qualidade do serviço.

Por outro lado, uma semana de 4 dias pode ser vista como um diferencial competitivo para atrair novos franqueados e colaboradores, criando um ambiente mais saudável e impulsionando a expansão das franqueadoras.

A conclusão é que esse formato pode sim trazer vantagens significativas para alguns setores, desde que seja bem estruturado e acompanhe as particularidades de cada modelo de negócio. Cabe aos franqueadores avaliar suas operações e definir se elas podem ou não se beneficiar desta novidade.

 
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